domingo, 12 de outubro de 2008

1997





Eu não tenho medo nada agora, eu não sei se isso é ruim ou bom, sabe aquela fase do "e daí?"
então, tô nela, eu não consigo pensar em nada que eu tema de verdade, nada além de me machucar ou coisa assim, morrer de morte dolorida, ou correr risco de vida, mutilamento. Só isso, o resto, é reversível. Então você pode fazer o que você quiser, até o que você acha que seria um terror para mim, porque não vai ser. Eu não vou ligar.

Sabe aquela cara de que não tem nada acontecendo, sabe aquela cara de cínica de sonsa fingida que eu aprendi a fazer logo depois que aprendi quando eu apanhava ainda que, parecer que está sofrendo é bem pior do que sofrer realmente. E que o prazer de ver a cara de tacho de quem te soca na cara, ao ver que o soco não te surtiu nenhum efeito é melhor do que não ter apanhado, ou ter revidado, ou pior ainda ter chorado. E aprendi que negar o cansaço faz ele ir embora, aí você consegue fazer muito mais do que acharia que poderia, consegue aguentar muito mais do que você pode realmente.

A partir do O que não mata engorda, sobrevivendo, eu desenvolvi essa característica maria-maria-eh-um-dom. E de acordo com Lamarck foi assim mesmo: Eu, como ser pensante, vi que deveria "criar" essa variação em mim pra pode sobreviver, me desenvolver, e me reproduzir ou não. Mas isso eu descobri hoje. Até então eu acreditava piamente em Darwin sem nenhum questionamento, e me gabava por dentro disso, quando via Matheus não aceitando essa versão da história da evolução.

Quando agente vê de dentro tudo é mais complicado de se entender, mas isso é óbvio.
Talvez eu já tivesse isso, essa variação dentro de mim mesmo, e só aceitei ela ao longo dos anos, o que quase dá no mesmo, mas fica muito mais romântico dizer do outro jeito. Talvez eu goste de ter que fazer esforço. Dá muito trabalho, mas no fim eu me satisfaço, só pelo suor.
Do elástico a mão, de comer as nozes, da subida da ladeira.

Ao mesmo tempo em que eu acho que isso não vai me levar a absolutamente lugar nenhum, eu amo isso, por me fazer sobreviver ou pelo fato de eu não ter mais nada pra gostar mesmo. No fim eu sinto que dá pra fazer tudo com esse meu novo "poder", coisa de pós-adolescente.

4 comentários:

Soso Paskin disse...

Cara, que textos otimos! voce escrve muito bem, gostei muito desse blog!

m3m disse...

Eu só acho que voce não deveria expor outras pessoas que não fossem voce , sem pedir a autorização delas, ok?

Soso Paskin disse...

Nossa, ipressionante como alguns tem a arte de nao reconhecer uma arte. enfim, voce escreve bem sim e obrigada pelo elogio

ana bia disse...

aí na moral,sem puxação-de-saco-pra-ter-amiguinhos, achei maneirão.

hhahahahaha!
olá carol :)